sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobre os trilhos


A viagem de trem de Curitiba e a Morretes
O aviso na parede da rodoferroviária de Curitiba já alertava:“viajar é trazer lembranças inesquecíveis na bagagem”. Foi com esta promessa e um frio de 13ºC que o grupo de comunicadores de todo o Brasil saiu da capital paranaense rumo a Morretes, em uma viagem sobre os trilhos. 



Viaduto São João
Véu da Noiva
 
Cânions em meio à Mata Atlântica
A partida foi tímida e silenciosa, apenas com o repasse de orientações turísticas e de comportamento da composição, formada por 20 carros acoplados a duas máquinas. As conversas eram restritas aos companheiros da poltrona ao lado, mas bastaram os primeiros solavancos para a animação começar. 



“O ouro verde paranaense – a erva mate – foi o motivador para a abertura da estrada de ferro em 1880, e para sua conclusão, foram necessários cinco anos de trabalho e 480 toneladas de aço vindos da Bélgica”, começou a relatar a guia turística.
Comunicadores do Sistema Comércio, de todo o Brasil



Os 68 sinuosos quilômetros que separam Curitiba de Morretes foram percorridos em pouco menos de quatro horas, a uma velocidade máxima de 45 km/h – uma viagem que se contrapõe à celeridade do dia a dia, revelando a beleza da Serra do Mar e da Mata Atlântica.



A viagem incluiu um tour por 13 túneis e pela história dos irmãos Rebouças, notáveis engenheiros baianos responsáveis pelo audacioso traçado da estrada de ferro; passando por Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul – considerado traidor da pátria, morto a tiros no km 65 da estrada. Há seis anos, o erro histórico foi corrigido, o barão declarado inocente, e seu nome foi incluído no Livro de Aço dos Heróis da Pátria.


Hortênsias, bromélias, ruínas de construções, precipícios, rios, quedas d´água, Véu da Noiva, Pico Coroado, Saltos dos Macacos e Viaduto Carvalho. Todo o caminho é um convite ao registro e o desafio é conseguir o melhor ângulo para as fotos, mesmo que a orientação da guia revele: “a alguns metros, à direita, a sua diagonal abaixo, teremos a vista da Represa Ipiranga”.



Na chegada, a turística e hospitaleira Morretes revela aos visitantes o tradicional prato paranaense: o Barreado.



A feira dominical serviu para conhecerem as irrecusáveis balas de banana e provarem dos licores preparados artesanalmente.



O passeio seguiu de ônibus a Antonina, com seus curiosos telhados – cujas telhas eram fabricadas nas coxas das escravas, que resultavam em diferentes tamanhos e formatos –, as eiras e beiras – que revelavam o poder econômico dos moradores das casas –, e as paredes fabricadas com conchas, misturadas a pedras e óleo de baleia.



Por fim, os viajantes retornaram a Curitiba, cansados, novamente silenciosos e sonolentos, celulares descarregados, mas com os cartões de memória repletos de belas imagens e uma experiência única para contar.








Texto: Silvia Bocchese de Lima
Fotos: Ivo Lima








 

Um comentário:

  1. Passeio inesquecível. Houve diversão com os comentários da nossa guia, alegria com o reencontro de colegas de trabalho, degustação de pratos típicos da culinária da região e cultura, porque estávamos cercados de história. Valeu, Silvinha.

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