Segundo planalto paranaense concentra importantes atrativos turísticos
do estado, ricos em histórias, diversidade cultural e rara beleza natural
Quando o botânico e naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire visitou, em 1822, a região dos Campos Gerais do Paraná, a descreveu como “paraíso terrestre no Brasil”. Ele foi responsável por escrever livros sobre as paisagens brasileiras e os costumes aqui praticados no século XIX e, em
um deles, destacou que “esses campos constituem inegavelmente uma das mais belas regiões que já percorri desde que cheguei à América!”.
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Montaria utilizada pelos tropeiros, em exposição
no Museu do Tropeiro, em Castro |
A região descrita pelo botânico havia sido povoada pelas primeiras sesmarias, um século antes, mas foi a abertura do trajeto pioneiro que ligava Viamão, no Rio Grande do Sul, a Sorocaba, em São Paulo, por onde passavam os tropeiros, que marcou o início do desenvolvimento regional e a formação das cidades. Exemplo disso é Castro, a primeira a ser constituída na região e uma das primeiras do Paraná. O tropeirismo também foi responsável pela fundação dos municípios de Lapa, Rio Negro, Campo do Tenente, Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Tibagi, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Sengués.
A beleza que encantou o francês continua a deleitar turistas de todo o mundo que visitam a região, em busca do turismo cultural, de aventura, rural, religioso, gastronômico e ecoturismo.
Museu do Tropeiro e Casa de Sinhara
Com um acervo de mais de mil peças, o Museu do Tropeiro, primeiro no Brasil a resgatar a história e a memória do tropeirismo, foi inaugurado em Castro, em 1977.
Entre os objetos em exposição estão documentos, vestimentas, montarias, mapas, móveis de época, objetos sacros e pessoais dos antigos viajantes.
A Casa de Sinhara, localizada também em Castro, retrata a vida da mulher castrense no período do tropeirismo e, no prédio, é possível conhecer objetos, móveis e utensílios domésticos.
O museu e a casa funcionam de terça a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 12h30 às 17h. Os espaços também são abertos ao público no primeiro domingo de cada mês, das 9h às 17h.
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Museu Histórico de Castrolanda |
Centro Cultural Castrolanda
O fim da 2ª Guerra Mundial, incertezas políticas, econômicas e a escassez de terras na Europa foram fatores motivadores para que famílias de holandeses deixassem o país de origem e buscasse se estabelecer no Brasil, nos Campos Gerais. Assim nascia a Colônia e a Cooperativa Agropecuária
Castrolanda, mantendo a tradição, a arquitetura, grupo folclórico, gastronomia e língua.
Em 2001 foi construído o Memorial da Imigração Holandesa, com uma réplica em tamanho original do moinho Woldigt, situado ao norte da Holanda.
O espaço abriga um salão para eventos, biblioteca, restaurante e loja de artesanatos e é aberto para visitação, de sexta-feira a domingo e aos feriados, das 13h às 18h.
Em novembro do ano passado foi inaugurado o Museu Histórico Castrolanda, representando uma casa de fazenda, característica da região nordeste da Holanda, de onde veio a maioria dos imigrantes. No espaço é possível conhecer como eram os cômodos das residências, objetos pessoais e, ainda, visitar uma exposição.
Parque Histórico de Carambeí
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Parque das Águas, no Parque Histórico de Carambeí |
O charmoso Parque Histórico de Carambeí é o maior museu histórico a céu aberto do Brasil, retratando a saga da imigração holandesa no estado e, hoje, é um três museus mais visitados do Paraná, com cerca de 110 mil visitantes em 2016. Com 100 mil metros quadrados, o parque reúne
jardins e edificações que compõe o memorial da imigração. O parque é composto pela Casa da
Memória – que abriga o acervo do museu, uma confeitaria e um restaurante, onde aos domingos e feriados é servido um almoço que combina a gastronomia Indonésia à Neerlandesa –, o Parque das Águas, a Vila Histórica, os Jardins e o Museu do Trator.
O parque está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 11h às 18h e, aos sábados e domingos, das 11h às 18h30. Agendamentos de grupos devem ser feitos pelo
e-mail agendamento@aphc.com.br.
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Buraco do Padre |
Buraco do Padre
Não é difícil entender o motivo pelo qual padres jesuítas passavam longos períodos contemplativos, meditando em frente a uma cascata de 30 metros de altura, na região de Itaiacoca, em Ponta Grossa. A queda d´água é originária do Rio Quebra Perna, que deságua em uma furna, uma espécie de cavidade na encosta de uma rocha de 43 metros de altura. Alguns chegam a descrevê-lo como um “anfiteatro de pedras”. Aos caboclos e aos tropeiros que passavam pela região é atribuído o nome dado ao local: Buraco do Padre O atrativo turístico está localizado em uma propriedade privada, a
24 quilômetros do centro de Ponta Grossa. Para chegar até o espaço é preciso percorrer um trajeto de mil metros a pé. A trilha é adaptada para cadeirantes e pessoas com mobilidade limitada, mas apresenta obstáculos naturais.
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A Taça – Parque Estadual de Vila Velha |
A manutenção e a valorização do espaço são de responsabilidade da empresa Águia Florestal. As visitas podem ser realizadas de quinta-feira a domingo e aos feriados, das 9h às 17h.
Parque Estadual de Vila Velha
A pouco mais de 28 quilômetros do centro de Ponta Grossa está localizado o Parque Estadual de Vila Velha, em uma área de três mil hectares, tombado em 1966 pelo patrimônio Histórico e Artístico do Estado.
A formação dos arenitos é datada de 300 milhões de anos, famosas formações rochosas que ao longo do tempo e, principalmente, pela ação das chuvas, acompanhada dos ventos, formaram variadas e gigantescas figuras que mexem com a imaginação de quem visita o espaço.
Além dos arenitos, compõem o parque a Lagoa Dourada – com cerca de 300 metros de diâmetro e três metros de profundidade e que com a incidência dos raios deixa suas águas douradas –, e as Furnas, conhecidas como “Caldeirões do Inferno”, grandes poços de desabamento.
O Parque é aberto para o público às sextas-feiras, sábados, domingos e feriados nacionais, das 8h30 às 17h30, com entrada permitida até às 15h30, mediante a contratação de um guia de turismo da Associação Brasileira de Guias de Turismo (ABGTur) ou do Núcleo de Turismo de Ponta Grossa.
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ABota – Parque Estadual de Vila Velha |
Às segundas, quartas e quintas-feiras, as visitas são feitas a partir de agendamento pelo e-mail pevilavelha@iap.pr.gov.br. As visitações são limitadas a 800 pessoas por dia.
Parque Estadual do Guartelá
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Cachoeira da Mariquinha |
O Parque Estadual de Guartelá está localizado nos municípios de Castro e Tibagi, possui uma área de 798 hectares. Em seu território encontra-se o Canyon Guartelá, cortado pelo Rio Iapó sendo considerado o maior
canyon do Brasil em extensão, além de corredeiras, cachoeiras, grutas e inscrições rupestres dos primeiros habitantes da região.
Cachoeira da Mariquinha
No distrito de Itaiacoca também encontra-se a Cachoeira da Mariquinha, uma Unidade de Conservação localizada a aproximadamente 30 quilômetros do centro da cidade de Ponta Grossa.
Para ter acesso à queda d´água de 30 metros de altura e ao balneário, é necessário ao visitante percorrer uma trilha, repleta de arenitos e capões de mata nativa. O local é ideal para caminhadas
nas trilhas e acampamentos, equipados com banheiros para banhos e estacionamento.
Para agendamentos e informações: (42) 99992-7579 ou (42) 98834-7490.
Texto e fotos: Silvia Bocchese de Lima
Revista Fecomércio PR - nº 120